A Sagração da primavera
Stravisnky – Sagração da Primavera
p. 40 1º parágrafo Música Faz
vol. 3
A
Sagração da Primavera foi apresentada em Paris pela primeira vez em 29 de maio
de 1913. A estreia do balé foi um escândalo. A coreografia do bailarino russo
Nijinsky já trazia algumas modificações em relação ao balé tradicional que a
sociedade parisiense estava acostumada. A posição dos pés dos bailarinos,
chamada de primeira posição no balé, foi invertida. Os saltos e demais
movimentos acompanham a agressividade e primitivismo que aparece na música,
mostrando um ritual ancestral, o que veio de encontro com os rumores da guerra
que eclodiria um ano depois, em 1914.
Em
dois atos o enredo apresenta um ritual pagão ancestral russo: a Dança da Terra ou Adoração à Terra, primeiro ato com oito movimentos e o segundo ato
a Dança do Sacrifício, em seis
movimentos. O foco da apresentação está nos acontecimentos do segundo ato, em
que uma jovem é escolhida para o sacrifício ao deus da primavera. Para tanto
ela dançará até a morte.
A
música apresenta clímax de primitivismo com as percussões em evidência,
juntamente aos aspectos rítmicos que se destacam na canção, como os ostinatos,
polirritmias, várias métricas e métricas inusitadas. A sonoridade dos instrumentos
de sopro também se destaca. A abertura da peça começa com uma frase longa de
fagote e os motivos melódicos lembram canções tipicamente russas, segundo o
próprio Stravinsky.
A
obra de Stravínski, ressalta Carpeaux, parece ligada ao estado de espírito de
1913, às vésperas das grandes catástrofes e quando as sociedades supostamente
civilizadas escolhiam seus bodes expiatórios: “a população das cidades russas
promovia progroms contra os judeus, americanos brancos
linchavam jovens negros [...]”. Segundo Ross, “contra esse pano de fundo, os
ruídos urbanos na partitura de Stravínski – sons como o bombear de pistões,
apitos silvando, as pisadas da multidão – sugerem uma cidade sofisticada
passando por uma regressão atávica.” Nada mais atual ainda hoje.
RESUMO:
A Sagração da Primavera
– Stravinsky (p.40 – 1º parágrafo)
- ·
29
de maio de 1913 – estreia em Paris;
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Música
de Igor Stravinski, coreografia de Nijinsky, cenário de Roerich, produzido por Diaghilev;
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Dança
da Terra – Adoração à terra – 8 movimentos;
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Dança
do Sacrifício – O Sacrifício – 6 movimentos;
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Nacionalismo;
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Politonalidade/
Atonalidade;
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Ênfase
para as características rítmicas: ostinatos, polirritmia, várias métricas...