Aula 5 - Bachianas Brasileiras n. 4 - Villa-Lobos
Bachianas Brasileiras
· Série de 9 composições para diferentes formações.
· Bachianas – estilo de Bach (compositor barroco) – neoclassicismo.
· Brasileiras – folclore – Nacionalismo.
· Carater modal.
Bachianas Brasileiras n.4
- Escrita originalemente para piano entre 1930 e 1941.
- Ganhou versão orquestral em 1942.
- Em 4 movimentos:
Prelúdio (Introdução) - Lento
Coral (Canto do Sertão) - Largo
Ária (Cantiga) - Moderato
Dança (Miudinho) - Muito animado
O texto abaixo foi retirado de Música Faz vol. 1 2ª Edição.
Ária (cantiga)
A Ária (cantiga)
é o terceiro movimento da Bachiana n° 4. A
aparição de um tema recorrente na cultura brasileira confere ao ouvinte o
efeito de recordação, presente também em outras obras de Villa-Lobos. O ar de
identificação pode ser percebido na Ária da Bachiana n° 4, através da utilização
da canção folclórica conhecida.
Instrumentação: Piano
Métrica: binária
Gênero:
Instrumental - Erudito (apesar da mistura de estilos como o Baião e a citação de um cantiga folclórica)
Andamento: Moderado (com oscilações)
Forma:
intro A A B B desenvolvimento A
A B B coda
(igual a intro)
Os recortes de texto abaixo foram retirados da Matriz da 3ª Etapa - PAS - CESPE - UnB.
Na construção de obras musicais,
também é possível analisar essa perspectiva, considerando a produção musical
como uma produção de um tipo de texto repleto de significados. É possível
perceber nas músicas Triste partida, poesia de Patativa de Assaré musicada por
Luiz Gonzaga, Geração Coca-Cola, interpretada pela banda Legião Urbana, A
ponte, de Lenine e GOG, e Beijinho no Ombro, de Valeska Popozuda, estruturas
musicais e/ou linguísticas que dialogam com estruturas ideológicas do seu tempo
ou de outros tempos, como a Bachianas brasileiras nº 4 - Ária (Cantiga), de
Heitor Villa-Lobos.
É preciso pensar a complexidade
relacionada à configuração dos cenários contemporâneos a fim de compreender as
possibilidades de inserção do Brasil nesse contexto. A presença do Brasil, no
cenário internacional, pode ser avaliada desde o movimento do Modernismo, na
primeira metade do século XX, período em que se consolidou a negação dos
valores das estéticas anteriores, representada por variadas linguagens
artísticas, com inspiração nos movimentos de vanguardas europeias.
Dentro do contexto do modernismo,
uma outra linha de pensamento consiste na recuperação da cultura popular para
compor nova estética e representação do caráter nacional. Isso pode ser
exemplificado com as Bachianas nº 4, Ária (Cantiga), de Villa Lobos.
Ainda em relação à forma, temos
as formas musicais, representação da estrutura de uma peça musical específica.
Várias maneiras de combinar e produzir sons foram incorporados em formas
musicais já existentes, surgindo novos experimentalismos observados nas músicas
populares e nas músicas de concerto dos séculos XX e XXI. Alguns exemplos podem
ser percebidos na obra Sagração da primavera, de Stravinsky; em Bachianas nº 4,
Ária (Cantiga), de Villa Lobos;
As dicotomias, tradição e
modernidade, urbano e rural, nacional e global, constituem construções de
espaço e tempo e demarcam diferentes posições sociais. Por isso, é importante
perceber as reinvenções dessas relações, como nas obras, manifestação popular
brasiliense Seu Estrelo e Fuá de Terreiro; a obra Tropicália, de Caetano
Veloso, e Samba de uma nota só, de Tom Jobim, O apanhador de desperdícios, de
Manoel de Barro, e em Bachianas nº 4, Ária (Cantiga), de Villa Lobos.
As Bachianas nº 4, Ária
(Cantiga), de Villa Lobos, buscam o equilíbrio no uso de materiais rítmicos e
melódicos, tendo recebido arranjo de orquestra posteriormente.